terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Inconsciente Coletivo



As cidades compõem-se, por óbvio, de coletividades. Essas coletividades, consciente ou inconscientemente, comungam de certas ideias-matrizes e certos padrões de comportamento. É o chamado inconsciente coletivo, qual seja, grandes formações psíquicas que espelham o padrão vibratório preponderante em determinado lugar.

O inconsciente coletivo tem um tônus vibratório, uma energia caracterizada  pela soma das emanações psicofísicas da comunidade convivendo naquele espaço. Assim como é certo que em todo e qualquer lugar coexistem pessoas das mais diferentes matizes, interesses e níveis de consciência num grau de diferenciação praticamente ilimitado, há também uma parcela representativa da população que tende a um psiquismo mais uniforme, 'coletivizado', primário. São elas que fornecem a 'matéria-prima' básica do inconsciente coletivo, de sua coloração predominante.

Essa poderosa corrente se recarrega do fluxo de emanações fluídicas por um mecanismo constante de retroalimentação, pelo qual busca imprimir na psiqué individual o padrão de reações e crenças que lhe é característica, reforçando e perpetuando sua existência.  Somente pelo cultivar de um espírito livre e de um pensamento crítico é que se almeja superá-la, mas escapar ao coletivismo autômato requer esforço e perseverança.

É o inconsciente coletivo, mais do que tudo, a razão de experimentarmos variações sensíveis na ambiência dos diferentes lugares e cidades (mesmo entre bairros, nas cidades maiores), quando nos sentimos ora melhores, ora piores (independentemente de questões urbanísticas mais explícitas), ora ambientados, ora estranhos. E é assim que cada um vive, ou busca viver, no lugar que lhe é mais afim, onde sente reverberar no social tanto mais do seu íntimo.

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