quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Santo Tomás - Suma Teológica - Ia IIae pars - Tratado da bem-aventurança

O homem é considerado como feito à imagem de Deus, exprimindo imagem, como diz Damasceno, a inteligência, o livre arbítrio e o poder sobre si mesmo. Ora, como já se tratou do exemplar, i. é, de Deus, e do que procede voluntariamente do poder divino, resta considerar-lhe a imagem, i. é o homem, como também o princípio das suas obras, por ter livre arbítrio e ser senhor delas.
  

Art. 1 — Se convém ao homem agir para um fim.

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SOLUÇÃO. — Das ações feitas pelo homem só se chamam propriamente humanas as que lhe são próprias, enquanto homem. Ora, este difere das criaturas irracionais, por ser senhor dos seus atos. Por onde, chamam-se propriamente ações humanas só aquelas de que o homem é senhor. Ora, senhor das suas ações o homem o é pela razão e pela vontade, sendo por isso o livre arbítrio chamado à faculdade da vontade e da razão. Portanto, chamam-se ações propriamente humanas as procedentes da vontade deliberada; e se há outras que convêm ao homem, essas podem, por certo, chamar-se ações do homem, mas não propriamente humanas, pois não procedem dele como tal. Ora, é manifesto que todas as ações procedentes de uma potência são por esta causadas, quanto à essência do objeto mesmo delas. E como o objeto da vontade é o fim e o bem, necessário é tendam todas as ações humanas para um fim.

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