quinta-feira, 3 de março de 2016

Interna corporis - 02

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Rodrigo Pereira Herrmann 03/03/2016 18:26
Henrique, o Fed consegue fazer as barbaridades que faz por que o dólar é a moeda de reserva mundial. Os eua exportam sua inflação. Assim, mesmo com uma dívida e um déficit crescendo absurdamente no período Obama, por exemplo, ainda assim a inflação é baixa e os juros também. Os eua, no que diz respeito à moeda, não nos servem de modelo. No que diz respeito ao protecionismo excessivo e aos gordos subsídios para salvar determinados setores caros ao governo também não. Lá, ainda mais do que aqui, e a despeito da tradição liberal-republicana histórica dos eua, há poderosíssimas oligarquias ligadas ao setor financeiro e energético trabalhando a favor de regulações,barreiras ao livre mercado, subsídios financeiros e programas econômicos de expansão ilimitada do crédito (que formam as bolhas de ativos). Acontece que a economia americana é tão grande, inovadora e diversificada; o país já acumulou tanto capital; há efetivamente forças liberais-conservadoras travando batalha contra o estatismo; as leis e contratos são respeitados; que mesmo com essas políticas nacionais-mercantilistas os indicadores são bons, a renda é alta e a economia dinâmica.

No Brasil, do jeito que está, com esse desenho de política econômica combinada com tentativas de política cambial, a coisa só pode descambar mesmo (dívida alta com juros exorbitantes e moeda fraca. pior impossível). Daí é câmbio afundante, não flutuante. Pura incerteza pra os investidores estrangeiros e loucura inflacionária pra os nossos. A solução passa muito longe de mais impostos pra aumentar arrecadação, distribuição forçada de renda ou marretada nos juros (novamente).

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